Esboço de tradução #6 – eu repito a mim mesma – ich wiederhole mich|Lea Schneider

[eu repito a mim mesma]Poesia para tempos de transição

 

Eu repito a mim mesma. em qualquer lugar longe, onde se ativou o modo-arquétipo: tecer, desfazer, mil e uma correções. ganhar tempo, no qual eu possa desfazer os fios, as peças de lego, casas pré-fabricadas, arrancadas peça por peça, lapidar o castelo, destruir até a sua base de plástico duro, na qual se ergue, e lá instalar uma área protegida, com aquecimento próprio incluído. desde que a minha certeza disso precise: aquecimento. um meio para fixar as coisas, como cola em bastão ou redundância. Empilhando histórias dentro de uma história até os ombros, em seguida, desfazendo imediatamente, a insaciabilidade como critério ampliado do seu êxito. O que mais importa: não encontrar um fim, mas buracos na trama, os quais eu consiga desenvolver. um esconderijo no cliffhanger, em referências contínuas, para frente e para trás.

 

[ich wiederhole mich]

ich wiederhole mich. irgendwo weiter vorn, wo sich der archetyp-modus eingeschaltet hat: weben, auftrennen, tausendundeine korrektur. zeit gewinnen, in der ich fäden lösen kann, die legosteine, plattenbauten, stück für stück auseinanderrupfen, die burg schleifen, abtragen bis zur hartplastikbasis, auf der sie steht, und dort ein schutzgebiet einrichten, standheizung inklusive. sofern meine sicherheit das braucht: wärmezufuhr. ein mittel zur fixierung, wie prittstift oder redundanz. die schachtelgeschichten bis auf schulterhöhe stapeln, dann sofort wieder rückgängig machen, unerfüllbarkeit als erweitertes kriterium ihres gelingens. worauf es ankommt: kein ende zu finden, sondern fehler im plot, die ich ausbauen kann. ein versteck im cliffhanger, im ständigen verweisen, vor und zurück.

In: Invasion rückwärts, Verlagshaus Berlin, 2014. 
Online: <https://www.lyrikline.org/de/gedichte/ich-wiederhole-mich-12715#> .

 

Lea Schneider (1989 – atual): Alemã. Autora e tradutora (alemão – mandarim). Integrante do coletivo Lyrikkollektiv G13. Atualmente dedica-se a tradução de autores chineses contemporâneos e à curadoria de eventos literários em Berlim. Vencedora dos prêmios Dresdner Lyrikpreis, em 2014, pelo livro Invasion Rückwärts, e Postpoetry.NRW-Preis, em 2018.