Momento de comemoração nas últimas horas do Dia do Escritor. Apesar do pouco reconhecimento desse ofício per se no Brasil, agradeço, profundamente, aos que se dedicam a criar mundos ficcionais. A despeito de eventuais juízos de valor de uma ou outra obra literária, aplaudo, de pé, a quem reinventa a realidade ao despertar novas sensibilidades, sem (ou com) medo de apagar/refazer um texto, expor-se a críticas, pausar uma criação (ou abandoná-la se preciso).
Gosto de me esconder, principalmente, na leitura (textos literários ou não). Em homenagem aos que se dedicam à escrita, atividade que me permite fugir do mundo e interpretá-lo, segue o meu poema favorito de uma escritora brasileira:
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
-Em que espelho ficou perdida minha face?
E ao citar Cecília Meireles, gostaria de agradecer especialmente às poetisas que aqui leio todos os dias e admiro: G., Fernanda Leal, e Cristileine Leão.